quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dogmas


Participo de uma pratica que acredita na liberdade de expressão e liberdade de crenças. Essa liberdade permite que eu seja plena com minhas proprias crenças e siga a vontade do meu coração respeitando minha energia e fazendo dela o que eu acho melhor. É uma das grandes crenças da pratica, inclusive, que devemos entender, respeitar e exercitar nossa energia da sua forma mais pura e sincera, dessa forma devemos primeiramente pensarmos no que devemos fazer para melhorarmos internamente, para depois podermos trabalhar na energia do grupo.

Diante dessa liberdade muitas pessoas se sentem atraidas, alem de outras coisas, pela pratica e acabam tendo uma visão distorcida dessa situação. Muitos pensam que por ser uma pratica que preze primeiramente a individualidade, que não tem seus proprios dogmas e regras. O que muitos ignoram é que, para ser possivel existir um grupo é imprescindivel existirem regras. As regras não só trazem uma forma de organização, como clareiam as reais crenças da pratica. Elas permitem que fique claro o que é a pratica e como ela deve ser feita, até para que possamos aprender e entender melhor nossa energia.

Volto para a questão do respeito. Se existe respeito, tanto pelo proximo, quanto pela pratica, fica mais facil entender as regras e perceber que toda e qualquer crença tem dogmas, e que esses dogmas não são ruins, eles são simplesmente a expressão da consolidação de algo que é passado entre as gerações e comprovado diante da pratica. Nada existe por acaso. Então acredito que a liberdade que minha pratica prega é a de podermos estar em grupo nos respeitando, respeitando nossos irmãos e respeitando a pratica. Para que isso aconteça é que existem as regras de conduta, como em qualquer sociedade civilizada. Se formos corretos com o que nosso coração diz podemos entender que toda e qualquer pessoa tem a capacidade de entender o outro e respeita-lo sem se ferir, porque esta convicto do que quer e da sua propria pratica, portanto nada pode tira-lo do seu caminho.

Eu tenho toda convicção de que estou no caminho certo, de que essa é a pratica que escolhi nesta vida. Então diante desta certeza procuro entender o que não concordo no grupo e respeitar, sem que isso mude ou machuque minha energia. Como fazer isso? Entendendo sua energia e sabendo seus proprios limites. Sabendo expor sua opnião entendo que, nem sempre o que é melhor para você é melhor para o grupo. Acho que o mais importante é entender que liberdade não significa bagunça e não significa uma eterna transmutação de identidade da pratica, porque se pensarmos que o grupo é grande e cada um acredita na pratica de uma forma diferente, a pratica em si não tem uma forma.

Minha pratica tem suas regras e dogmas, e nem todas as regras eu concordo, e nem todos os dogmas eu acredito ou tomo como meu, mas quando estou em grupo, aquela é minha pratica e são aquelas regras e dogmas que se tornarão meus diante da necessidade do grupo e diante da minha necessidade de estar em grupo.

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